sábado, 3 de novembro de 2007

Mostra de SP: Antes que o Diabo Saiba...

"Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto" é a confirmação da boa fase do veterano Sidney Lumet, seu trabalho anterior "Sob Suspeita", com Vin Diesel, foi lançado discretamente aqui no Brasil mas mereçe ser descoberto.

Aqui temos uma trama quase que a lá Irmãos Coen, com dois personagens fracassados ( Phillip Seymour Hoffman e Ethan Hawke), irmãos, que resolvem assaltar a joalheria da mãe. O assaltado dá errado e os dois tem que lidar com as trágicas consequencias.

A impressão que temos é de um Lumet moderno, que brinca constantemente com as idas e vindas no tempo e dirige muito bem o elenco, em especial Seymour Hoffman, que dá show. E ainda temos a Marisa Tomei pagando peitinho quase que seu tempo inteiro de cena.

O filme, lá pelo final, cria uma tensão e um senso de urgência absurda, que vai tomando conta do espectador gradativamente, até o surpreendente final.

Como já disse no começo do post "Antes que o Diabo Saiba..." é Sidney Lumet confirmando a boa fase.

Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto (Before The Devil Knows You Are Dead)
Cotação: Ótimo

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Mostra de SP: Redacted

Primeiramente, me desculpem a demora pra postar aqui. Fui pra SP ver alguns filmes e ir no Tim Festival. Esse novo filme do Brian De Palma é talvez seu melhor trabalho desde... "O Pagamento Final"? Não sei, gosto de "Olhos de Serpente" e "Femme Fatale", sou fãzóide do De Palma mesmo por isso talvez não seja a melhor pessoa pra avaliar a carreira do cara, mas posso dizer que é um de seus filmes mais impactantes, mais fortes, um tapa na cara mesmo.

De Palma utiliza inteligentemente o digital para contar a história de um pelotão de soldados que estrupa, mata e queima uma jovem iraquiana. O filme lida com temas já discutidos pelo próprio diretor em "Pecados de Guerra", como a culpa e o remorso, temas recorrentes na carreira de De Palma.

Redacted (idem)
Cotação: Ótimo

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Reine Sobre Mim


Interessante esse novo filme de Adam Sandler. Tentando repetir o êxito que sua atuação teve com o ótimo "Embriagado de Amor", Sandler protagoniza, ao lado do ótimo Don Cheadle, esse drama intimista.

Dirigido por Mike Binder (do ótimo "A Outra Face da Raiva"), é sobre esse ex-dentista (Sandler) que perdeu a esposa e as filhas no 11 de setembro e desenvolve estresse-pós-traumático se isolando de tudo e de todos. Nesse meio um ex colega de faculdade (Cheadle) o reencontra e os dois desenvolve uma estranha amizade.

Sandler entrega uma boa atuação, porém as vezes exagerada ou inexpressiva. P.T. Anderson soube utilizar melhor esse "recurso" do ator do que Binder, ao que me parece. Binder, o diretor, aliás, revela o gosto por personagens fortes e traumatizados. Em "O Outro Lado da Raiva" tivemos desempenhos fantásticos de Joan Allen e Kevin Costner, ambos personagens machucados (ela pela perda do marido, ele pelo alcolismo) e fortes. Com o personagem de Sandler não é diferente, apesar deste ser um ator um tanto quanto "limitado".

"Reine Sobre Mim" é um filme interessante, correto, mas acaba faltando alguma coisa nesse meio aí. Talvez um roteiro mais bem acabado e uma exploração melhor do personagem de Sandler ajudassem.

Reine Sobre Mim (Reign Over Me)
Cotação: Bom

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Série: Chuck


Criada por Josh Schwartz, o mesmo de "The O.C.", "Chuck" é uma das melhores estréias do ano na tv americana. A série é sobre Chuck (Zachary Levi), um atendente de uma loja de departamentos que, ao receber um e-mail cheio de informações secretas do governo, acaba "baixando" todos os dados contidos na mensagem para seu cérebro, se tornando então um "banco de dados ambulante" e virando um valioso informante. Tanto a NSA quanto a CIA mandam seus melhores agentes (Adam Baldwin e Yvonne Strahovski) para proteger Chuck.

Schwartz joga um pouco da fórmula de "The O.C." no meio; temos aquele rockzinho "indie"; várias referência a cultura pop/nerd e o personagem de Levi parece um Seth Cohen com quase que 30 anos.

Alias, Levi é um dos destaques do elenco, juntamente com seu parceiro Joshua Gomez. Este último é aquele típico sidekick que não para de falar durante um minuto, sempre fazendo gracinhas. Adam Baldwin, fazendo um papel mais cômico, light, está divertidíssimo também.

"Chuck" está sendo exibida desde o final de setembro lá fora pela NBC e estréia em novembro no Warner Chanel. Recomendo.

Chuck (idem)
Cotação: Ótimo

domingo, 14 de outubro de 2007

Estrada Maldita

Emily Blunt despontou para o sucesso em "O Diabo Veste Prada", aonde roubava a cena de Anne Hathaway. Ashton Holmes foi descoberto devida a sua particapação no excelente "Marcas da Violência", em que contracenava com Viggo Mortensen. Os dois se unem no terror "Estrada Maldita" do diretor Gregory Jacobs.

Jacobs é habitual companheiro do diretor Steven Soderbergh, tendo trabalhado com este diversas vezes como assistente de direção. Estreiou no cinema com a decente refilmagem do sensacional argentino "Nove Rainhas", que aqui ganhou o nome de "171". Nesse "Estrada Maldita", Jacobs realiza um trabalho interessante, apesar do roteiro ser por demais indeciso e cheio de furos.

A história é interessante: dois colegas de faculdade pegam carona para passar o feriado de natal em casa, mas acabam, ao pegar um atalho, sofrendo um acidente. Eles acabam por perceber que não estão exatamente sozinhos, e que as pessoas que ali morreram estão de volta.

O roteiro, escrito pelo estreiante Joseph Gangem e por Steven Katz, responsável pelo original "A Sombra de um Vampiro", é indeciso demais, vago demais. Começa como um agradável road-movie, com muito diálogo. Até aí, é interessante, mas, quando embarcamos na história de "fantasmas" nada faz muito sentido, é tudo muito corrido e mal apresentado.

O elenco, composto basicamente por Blunt, Holmes e uma pequena particapação de Martin Donavan, é até que bom, apesar de Blunt não convençer nada como uma universitária, aparenta ser velha demais para o papel.

"Estrada Maldita" é um filme que caminha bem em sua metade inicial, mas acaba pecando por ter um roteiro furado e mal-escrito, o que acaba tornando o filme dessinteressante demais.

Estrada Maldita (Wind Chill)
Cotação: Regular/Ruim

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Resident Evil 3: Extinção

O primeiro "Resident Evil" era um filme ruim. Mas ruim mesmo.

O segundo era aquela coisa mais ou menos. Tinha uma produção melhor, até a história tinha melhorado, mas o final demolia de uma maneira tão tosca tudo o que o filme tinha construído até então que o resultado final não agradava.

Esse terceiro filme da série, agora com o subtítulo "Extinção" é um filme de ação até que bacaninha, se você não esperar grandes coisas dele.

Primeiro ponto positivo: tem a maravilhosa Milla Jovovich e a Ali Larter no elenco. Essas duas beldades são verdadeiros colírios para os olhos, e a gente até esqueçe como q elas mantem uma pele tão linda no deserto norte-americano.

Segundo ponto, nem tão positivo: chupinharam coisas na cara dura do fantástico "Mad Max 2" (já comentado nesse blog neste post aqui). Podemos até considerar um ponto positivo, vai, já que lembrar de "Mad Max 2" é sempre uma coisa boa.

Terceiro ponto: Russell Mulcahy. O diretor do clássico "Highlander" sabe bem como comandar as cenas de ação, apesar de, as vezes, abusar de corte rápidos demais, que acabam tornando as coisas um pouco confusas.

Apesar de ter um roteiro furado, alguns efeitos mal-feitos e, em algumas momentos, lembrar "O Exterminador do Futuro", "Resident Evil 3: Extinção" é um filme que cumpre bem o papel de entreter durante 1h e 30min, mas apenas isso.

Resident Evil 3: Extinção (Resident Evil: Extinction)
Cotação: Bom

domingo, 7 de outubro de 2007

Tropa de Elite

"Tropa de Elite", baseado no livro "Elite da Tropa" de Rodrigo Pimentel, ganhou força devido as cópias piratas que circularam nos camêlos do eixo Rio-SP devido a um vazamento dentro da produtora do filme. Tem gente que acha que foi o próprio diretor, José Padilha, foi quem vazou as cópias, numa jogada de marketing. Bem, jogada de marketing ou não, o fato é que o tal vazamento das cópias piratas beneficiou e muito o filme.

O filme acompanha o dia-a-dia do BOPE, o batalhão de operações especiais, e de um capitão (Wagner Moura) que está em busca de seu substituto. Em paralelo, acompanhamos a entrada de dois amigos na corporação policial.

O destaque de "Tropa de Elite" é a atuação visceral de Wagner Moura. Seu personagem, o capitão Nascimento, é um homem no limite, entre a linha da razão e da insanidade. O elenco de apoio conta com o talento surpreendente de André Ramiro e Caio Junqueira, além de Fernanda Machado e Fernanda Freitas.

A direção de José Padilha, diretor do premiado documentário "Onibus 174", adota um estilo de direção muito parecido com seu trabalho anterior, bastante documental, intímo. Em uma entrevista, Padilha comentou que evitou usar marcação de cena, deixou a câmera e os atores livres para poderem andar aonde e para onde quisessem.

"Tropa de Elite" sobrevive ao enorme hype criado em cima de sí e prova ser um filme de ação forte, realista e atual.

Tropa de Elite (idem)
Cotação: Ótimo

sábado, 29 de setembro de 2007

Momento Musical - 9

Momento clássico. Sem palavras.

A Hora do Rush 3

Eu sou um fã da franquia "A Hora do Rush". Acho a química entre Jackie Chan e Chris Tucker perfeita e aguardava com ansiedade essa terceira parte. Mas não posso deixar de dizer que esperava um pouco mais das aventuras dos inspetores Lee e Carter.

A primeira meia-hora é ótima, equilibrando bem ação e comédia. Mas, depois, quando a dupla parte para Paris, o filme perde um pouco do brilho, da graça. Parece tudo meio repetitivo, as piadas acabam sendo um pouco iguais, as vezes até sem graça.

A química entre os dois atores permenace intacta, ótima como sempre. O elenco de apoio é interessante, tem Max Von Sydon e até Roman Polanski fazendo uma pontinha como um inspetor da polícia de Paris.

"A Hora do Rush 3" é uma boa comédia de ação, não se enganem quanto a isso. Mas tinha potencial pra ser melhor.

A Hora do Rush 3 (Rush Hour 3)
Cotação: Bom

Atirador


"Atirador" se enquadra naquela categoria de filme do tipo "não é tão ruim quanto eu esperava". É um filme de ação correto, dirigido por Antoine Fuqua (que desde "Dia de Treinamento" não emplaca um sucesso) com uma atuação em "piloto-automático" por Mark Wahlberg. O problema do filme é que ele é um pouco mais longo do que deveria (dava pra cortar uns 10 minutos, fácil) e o elenco de apoio (que tem bons nomes como Danny Glover, Michael Peña e Elias Koteas) está ruim demais. Mas, se você não exigir muito, dá até pra se divertir um pouco.

Atirador (Shooter)
Cotação: Regular

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Eu os Declaro Marido... e Larry!

É melhor do que parece esta nova comédia protagonizada por Adam Sandler, que lá fora se chama "I Now Pronounce You Chuck and Larry" e aqui ganhou esse pouco inspirado título "Eu Os Declaro Marido... e Larry!", que tira um pouco da originalidade do título original.

O problema com as produções recentes de Sandler é que todas elas começam num bom ritmo, são divertidas e acabam descambando num moralismo barato e chato. Aqui não é muito diferente, mas a surpresa fica por conta de que eu esperava um filme bem ruim, sem graça e preconceituoso e acaba se revelando um filme mais "light", pra não dizer "doce". No fim das contas, dá pra deixar um pouco de lado a lição de moral boboca do final..

Sandler e Kevin James (da série "King of Queens") interpretam, respectivamente, Chuck e Larry dois bombeiros do Brooklyn; o primeiro é um garanhão, verdadeiro sex-addict, e o segundo é um pai de família que acabou de perder a esposa. Para que os filhos não recebam nada do seu seguro de vida, Larry pede a Chuck que assine alguns papéis dizendo que são parceiros.

Tem ainda Jessica Biel pagando de gostosa (e ficando só de calcinha e sutiã) e Ving Rhames soltando a franga. Bom progama pro sábado a noite.

Eu Os Declaro Marido... e Larry! (I Now Pronounce You Chuck and Larry)
Cotação: Bom

sábado, 22 de setembro de 2007

Momento Musical - 8

Esse é um daqueles vídeos pra gente relembrar tudo de ruim (e bom também né) que ocorreu nos anos 80. E o Hugh Grant até que daria um bom clone do George Michael hein?

Ligeiramente Grávidos

"Ligeiramente Grávidos" é "A" comédia do ano. Dito isso, não há como não elogiar o trabalho do diretor e roteirista Judd Apatow em criar uma comédia tão idiota mas tão verdadeira, tão sincera. Há momentos de real maturidade aqui, apesar do comportamento de Ben Stone (Seth Rogen, ótimo) dizer o oposto. Ele é um jovem de vinte-e-poucos anos que tem "um caso de uma noite só" com Alisson (Katherine Heighl), bonita e bem sucedida apresentadora de tv. Alisson fica grávida e Ben tem que lidar com um novo mundo de responsabilidades e obrigações. Quando eu disse que "Ligeiramente Grávidos" tem momentos de sinceridade, de beleza, eu não estava mentindo; pode até parecer idiota, mas, por exemplo, quando Alisson diz a Ben "Don't fuck me up, right?", aquilo ali é a verdade, aquilo ali não é um diálogo fabricado e planejado pra fazer sorrir ou chorar ou qualquer outra coisa, aquilo soa muito verdadeiro e eu acho que o maior culpado por isso é o roteiro de Apatow. Sim, temos aqueles irritantes problemas formulaicos do gênero, mas isso dá pra relevar considerando o belo filme que "Ligeiramente Grávidos" é.

Ligeiramente Grávidos (Knocked Up)
Cotação: Excelente

O Vigarista do Ano

"O Vigarista do Ano" tem potencial pra se tornar um grande filme. Um bom diretor (Lasse Hallström), bom elenco (Richard Gere, Alfred Molina...), boa história (um escritor de araque forja um biografia do excêntrico Howard Hughes), mas algo não funciona direito. Talvez seja a segunda parte, arrastada demais, ou talvez seja a indecisão do roteiro em ser um filme sobre um vigarista, sobre um vigarista que tem um caso mal resolvido com a personagem de Julie Delpy, ou um sobre um vigarista atormentado pela própria falsa biografia. Richard Gere surpreende numa atuação contida e sem exageros, Alfred Molina é o perfeito sidekick. A direção de Hallström, pra variar, é apenas correta e exemplifica bem o que o filme é: correto, nada mais.

O Vigarista do Ano (The Hoax)
Cotação: Bom

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Momento Musical - 7

Acho que a trilogia "De Volta para o Futuro" é a que melhor manteve a qualidade em seus três filmes, nunca deixando de ter um nível de excelência menor do que ótimo. Esse momento em particular é uma das grandes sacadas da série, em que Marty (Michael J. Fox) "inventa" o rock and roll e, no auge da empolgação, ainda incluia alguns movimentos de Jimi Hendrix, Pete Townshend, deixando a platéia boquiaberta. Grande música, grande filme.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Veneza 2007

Rápidos comentários sobre o festival:
-Ang Lee levando novamente o leão de ouro, por "Lust,Caution", não foi essa decisão tão surpreendente assim se levarmos em conta que o presidente do jurí era Zhang Yimou, também chinês.
-Brian De Palma levou o prêmio de melhor direção por "Redacted", polêmico drama sobre a invasão americana no Iraque. Muitos apostavam no diretor como principal concorrente ao leão de ouro por este filme chocante e, segundo muitos veículos, chocante.
-Brad Pitt talvez tenha sido a grande surpresa por levar o prêmio de ator pela sua caracterização do mito do oeste Jesse James em "O Assassinato de Jesse James". O filme não foi muito bem recebido no festival, mas como premiaram Ben Affleck ano passado...
-Catte Blanchett levou mesmo como melhor atriz por "I'm Not There", em que interpreta uma das muitas faces do cantor Bob Dylan nesse polêmico biopic dirigido pelo diretor Todd Haynes.

sábado, 8 de setembro de 2007

Cidade dos Homens

Funciona, bem, melhor do que parece esta adaptação para as telonas do seriado "Cidade dos Homens". Paulo Morelli, o diretor, não tenta fazer um "Cidade de Deus 2" e aposta numa história original e comovente, aonde o protagonista não são as armas ou a favela, e sim os carismáticos Douglas Silva e Darlan Cunha. Ótimos e com grande química, a dupla carrega o filme nas costas. A câmera de Morelli não é tão agitada quanto em "Cidade de Deus" e começa com um bonito plano da orla do Rio de Janeiro vista do topo da favela. Boa surpresa e uma boa opção pro feriado da independência.

Cidade dos Homens (idem)
Cotação: Ótimo

Momento Musical - 6

Desculpem o leve atraso com o "momento musical". Mas está aqui este maravilhoso momento do melhor filme dos Trapalhões e com uma das músicas mais deliciosamente divertidas de Chico Buarque. Uma pirueta, duas piruetas...

terça-feira, 4 de setembro de 2007


Eu sempre gostei do Robin Williams. O acho um bom comediante que ja fez bons filmes (até de ''Patch Adams'' eu gosto), mas este ''Licença para Casar'' está acima do bem e do mal. Formuláico (como toda comédia-romântica), direçao fraca e elenco ruim (John Krasinski ainda passa agora Mandy Moore? Deus...). O personagem de Williams tem potencial, mas eh mal trabalhado. Salva-se o pequeno Josh Flitter, ótimo como o assistente do personagem de Williams.
Licença para Casar (License to Wed)
Cotação: Ruim

sábado, 1 de setembro de 2007

Séries: Dexter


Esta estranha série do canal a cabo americano Showtime já me ganhou pela sua premissa pouco convencional. Dexter (Michael C. Hall) é um agente da policia de miami especializado em sangue que também é um serial killer nas horas vagas. Mas calma, ele mata apenas os caras malvados, como motoristas bebados, gente envolvida com imigrantes ilegais... enfim, a escória da sociedade de Miami.

Estranha, né? Mas "Dexter" é uma das melhores séries que estreiaram ano passado nos EUA. Misturando de forma brilhante humor negro (principalmente nos voice-over's do protagonista), suspense e bastante sangue.

Michael C. Hall, o protagonista, atua de forma extremamente bem. Nas cenas em que Dexter está com alguma presa, você realmente consegue ver aquele brilho nos olhos de satisfação do personagem, de excitação. O elenco ainda conta com os talentos de Jennifer Carpenter, que foi a personagem título de "O Exorcismo de Emily Rose", e do veterano James Remar, de "Warriors - Os Selvagens da Noite".

"Dexter" teve a sua primeira temporada exibida no canal Showtime no ano passado. Por aqui chegou no canal a cabo Fox em julho, mas não recomendo ver essa magnífica série por lá devido o fato do canal estar passando todos seus seriados dublado o que acaba tirando força dos diálogos e das atuações. O bom lado é que "Dexter" pode ser encontrada facilmente em site de torrents, recomendo portanto ir nessa opção.

Dexter (idem)

Cotação: Excelente

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Momento Musical - 5

A música não é cantada, e não é tão famosa quanto o tema principal de "Três Homens em Conflito", clássico total de Sergio Leone. Mas construi perfeitamente a atmosfera de um dos maiores westerns de todos os tempos. Cortesia do mestre Ennio Morricone.

domingo, 26 de agosto de 2007

Paranóia

Funciona bem como "rip-off" do clássico "Janela Indiscreta" este novo "Paranóia", do diretor D.J. Caruso. Caruso realizou bom subestimado "A Sombra de um Homem" e depois fez o blockbuster (ruim pacas) "Roubando Vidas" e retorna nesse divertido thriller com o bom Shia LaBeouf. Tem ainda a sumida Carie Anne-Moss (a eterna Trinity, de Matrix) e um assustador David Morse, muito bem em seu papel.

Boa diversão para sabado a noite. E o trabalho de James Stewart teria sido muito mais fácil com uma camera digital, hein?

Paranóia (Disturbia)
Cotação: Bom

Escorregando para a Glória

Grande decepção este novo filme do Will Ferrell. É sobre dois rivais da patinação no gelo que são expulsos do esporte e, numa brecha do regulamento, descobrem que podem competir se formarem uma dupla. Tem algumas boas piadas, mas o roteiro e a direção são fracos demais, o personagem de Ferrell não é engraçado (quase um Ricky Bobby versão patinação no gelo), apesar de Jon Heder estar ok. O elenco coadjuvante tem nomes bons (Amy Poehler, Craig T. Nelson, Romany Malco), mas não é o suficiente pra salvar o filme.

Escorregando para a Glória(Blades of Glory)
Cotação: Regular

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Momento Musical - 4

Will Ferrell nunca fez muito sucesso no Brasil, e não é de se espantar que alguns de seus filmes tenham saído diretamente em vídeo. Bastante famoso nos EUA, eu particularmente adoro os filmes do ator (Em breve escreverei alguma coisa sobre seu novo filme, "Escorregando Para a Gloria). O seguinte vídeo é do filme "O Ancora", e é uma das melhores partes do filme. Confiram.

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Mais Estranho que a Ficção



Revi esses dias essa pequena jóia com o Will Ferrell. A primeira vez que vi foi no cinema, no já distante mês de Fevereiro (o ano passado rápido hein?) e já tinha gostado. Nessa minha revisão, acho que o filme só subiu no meu conceito. O roteiro de Zach Helm (que, aliás, tá finalizando "Mr. Magorium Wonder Emporium", seu primeiro filme como diretor) parece ter saído diretamente da cabeça do Charlie Kaufman (o roteirista de "Quero Ser John Malkovich", "Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças"...). É um desses filmes que funciona muito bem pelo conjunto: elenco afiado (especialmente Dustin Hoffman e Emma Thompson), boa direção (Marc Forster, sempre versátil) e uma trilha sonora bem legal (tem até Maximo Park, uma banda que merece ser descoberta). Recomendado.

Mais Estranho que a Ficção (Stranger than Fiction)
Cotação: Ótimo

sábado, 18 de agosto de 2007

Maria Antonieta

Aluguei "Maria Antonieta" achando que ia ser surpreendido. "Caramba, Sofia Coppola não pode ter cometido um deslize grande assim depois de ter feito dois filmes tão bons", pensava comigo. Mas eu estava errado. Tentei -tentei mesmo- gostar do novo filme da diretora, mas não deu. A direção é correta, o elenco funciona bem (Dunst está realmente bem no papel). A tão comentada trilha sonora na maioria das vezes se revela bastante falha, combinando pouco com as cenas. O figurino é lindo, um deleite visual. Alias, todos os aspectos técnicos do filme são de encher os olhos. Mas o roteiro é por demais entediante, contraditório com a personagem e pouco interessante. Essa opção de querer mostrar a rainha como uma jovem entediada e com uma personalidade de "rock star" não funciona, as vezes acaba soando até pretensiosa demais. Uma pena.

Maria Antonieta (Marie Antoinette)
Cotação: Regular

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Os Simpsons - O Filme

E então chegou o momento; 18 anos depois da série televisiva estreiar na tv americana, finalmente os Simspons fazem sua estréia no cinema. O resultado? Um pouco decepcionante...

"Os Simpsons - O Filme" é muito basicamente o retrato do desenho nos dias de hoje, um desenho divertido, engraçado, mas que acaba caindo no moralismo que impregnou as últimas (fracas) temporadas do progama. Começa em alta voltagem, com Homer chamando os espectadores de estúpidos, Bart andando pelado de skate e o adorável "porco-aranha". Mas depois o filme vai se perdendo, fica pedante, moralista; enfim, com todos os defeitos que as temporadas atuais tem. Não apenas isso, mas a sensação de que o filme parece um episódio alongado não ajuda em muita coisa.

Mas há, sim, pontos positivos na película; por ser um filme para as telonas, os criadores tem mais liberdade com as piadas e podem mostrar e colocar coisas que normalmente não fariam na tv (o maior exemplo dessa liberdade é já citada cena de Bart nu no skate).

Enfim, "Os Simpsons - O Filme" é um filme divertido, mas esquecível. Os fãs mais ardorosos talvez reconheçam as inúmeras referências ao desenho, aquele monte de personagens que vão aparecendo, e acabem aproveitando mais. Mas acho que o grande público sairá um pouco decepcionado das salas de cinema.

Os Simpsons - O Filme (The Simpsons Movie)
Cotação: Bom

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Momento Musical - 3

Todos os filmes da série "Rocky" tem como "ápices emotivos" as sequências de treinamento. A trilha clássica de Bill Conti, Stallone correndo que nem um doido, levantando peso que nem um doido, batendo em carne... A cena original é clássica e inspirou toda uma geração de gente que ia treinar e metia logo 5 ovos crus num copo e mandava garganta abaixo. Gente corajosa, essa... O original ainda é o grande filme da série e o último filme da série, "Rocky Balboa", limpou a má impressão deixada pela bobagem quem foi "Rocky V". Mas nem precisava, Rocky é muito maior do que isso, Rocky é um icone do cinema.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Momento Musical - 2

Provavelmente minha adaptação de HQ's preferida, "Homem Aranha 2", além de superar com folga o longa original, dosa magistralmente humor, drama, ação e até terror. Esta sequência é uma das minhas preferidas do filmes e uma certa homenagem aos filmes do anos 60/70 com direito até um "freeze" na imagem no final. Genial.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Mad Max 2

"Mad Max" foi um filme australiano de baixo orçamento realizado por George Miller e protagonizado por um então desconhecido Mel Gibson. O sucesso do filme fez possível a sequência, "Mad Max II". E que sequência!

No começo temos um flashback apresentado em tela comprimida, som mono. E, de repente, somos jogados no som do motor V8 de Max (Mel Gibson), ex-policial, hoje um renegado num futuro pós-apocalíptico. A tela se expande, abrindo a tela em panavision, o som 5.1, o ronco do motor, a tensão da perseguição... Fantástico.

Logo depois somos apresentados a um grupo de pessoas que vivem numa fortaleza aonde protegem o precioso petróleo, artigo cada mais raro. Max faz um acordo com eles de que conseguirá o transporte para carregar o petróleo fora dali, fora do alcance de uma gangue de personagens bizarros, vestidos de couro e usando máscaras de todos os tipos.

"Mad Max II" eleva o padrão das sequências a outro nível. Miller certamente contou um orçamento maior, coisa que se reflete na grandiosidade dos cenários e na fantástica perseguição final.

Esse é o grande momento do filme, onde Max tenta desesperadamente manter a gangue longe do caminhão que carrega o petróleo. Vemos ali toda a capacidade artística de Miller, aliada a fantástica trilha de Brian May, que se utiliza de vários takes aéreos, closes, e uma cena fantástica em que o caminhão simplesmente atravessa um carro. Mais insano, impossível.

Gibson deve ter assistido a muitos filmes de Clint Eastwood. Max mal fala durante toda a projeção, uma marca característica do "Estranho sem Nome", nome que é até dado a Max no terceiro, e um tanto quanto decepcionante, filme da série.
Filme de ação obrigatório, "Mad Max II" é uma aula de como se fazer uma sequência simples porém bastante efetiva.

Mad Max II (idem)

Cotação: Excelente

domingo, 5 de agosto de 2007

O Último Rei da Escócia

Eu não gosto dos chamados "filme de ator". Acho que se o que vale num determinado filme é o ator, então é por que nem a direção e nem o roteiro funcionam. E se nem a direção nem o roteiro funcionam, então o filme não funciona. Não que os atores não sejam importantes, longe disso, mas o cinema é um trabalho de conjunto e se alguma dessas partes falha o resultado final tende a piorar. E quando só há uma coisa boa nesse conjunto, então é por que o resultado ficou bem ruim.

É o caso da estreia no cinema de ficção do diretor Kevin Macdonald. Forest Whitaker provou que sabia atuar logo em "Bird", onde foi dirigido pelo mestre Clint Eastwood. Ganhou o Oscar interpretando o cruel ditador de Uganda, Idi Amin. Uma atuação que, vamos ser sinceros, não é tudo isso. Não só não é essa coca-cola toda como o ator é totalmente ofuscado pelo talentoso James McAvoy, este sim bem em seu papel.

O filme tem momentos constrangedores, com cenas dignas dos filmes dos irmãos Wayans -aquelas dos gases... meu Deus- e não parece não saber tratar direito o ditador, que, para quem escreveu o roteiro, devia provavelmente ter algum tipo de transtorno bipolar.

Um pena um projeto desses cair nessa vala... tinha tudo para dar certo.

O Último Rei da Escócia (The Last King of Scotland)
Cotação: Ruim

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Momento Musical - 1

Tem gente que não curte muito essa adaptação da clássica série de tv para as telonas. Até entendo. Mas eu adoro. A química entre Ben Stiller e Owen Wilson funciona muito bem, Vince Vaughn, quem diria, é um ótimo vilão e rouba todas as cenas em que aparece. A tal cena abaixo acontece no bat-mitzvah (é assim que se escreve?) da filha de Vaughn... prestem atenção na letra.

Duro de Matar 4

Este ano o verão americano foi dominado por blockbusters e mais blockbusters. "Homem Aranha 3", "Shrek 3", "Piratas do Caribe 3", "Transformers"... todos cercados de grandes expectativas, altos orçamentos e muito falatório. Eu tinha altas expectativas com todos eles e acabei me decepcionando com a maioria ("Transformers" é a exceção). O único filme que eu não tava nem ligando, o único filme que eu não dava por nada foi o que mais me surpreendeu. "Duro de Matar 4" é o fim (será?) perfeito para a saga do policial John Mc-fuckin'-Clane nas telonas.

12 anos se passaram desde "Duro de Matar 3" e as desconfianças ante a esse novo capitulo na vida do policial eram cresciam muito. Primeiro chamaram Len Wiseman para dirigir. Wiseman é apenas responsável por "Anjos da Noite", um dos piores filmes de ação desde sempre. Depois inventaram um sidekick para McClane e chamaram o engraçadinho Justin Long. A trama, sobre terrorismo cibernético, não empolgou muito. Mas, surpreendentemente, deu certo.

Wiseman se revela uma escolha acertada ao mostrar competência nas cenas de ação, sem querer inventar muito como fez em seu primeiro filme, com a camera mais sóbria, sem tantos cortes rápidos e edição video-clipesca. Justin Long mostra-se um ator natural e engraçado, e a sensação que a maioria de seus diálogos, hilários, foram improvisados é grande. A trama, apesar de não ser um primor de criatividade, funciona bem, clichés a parte.


Apesar das escolhas citadas terem funcionado a tal obsessão dos executivos por faturar mais e mais grana não acabou funcionando muito bem á franquia. Se nos outros episódios tivemos um desfile de palavrões, mais sangue jorrando, aqui a sensação de que tudo foi controlado para que o filme recebesse uma classificação mais branda, e consequentemente conseguisse faturar mais grana, é perceptível por toda a película. Até o eterno "Yppie Kay Eye Motherfucker" teve o "fucker" cortado. Um chute nas partes baixas da raízes de john mcclane. São esses pequenos detalhes que acabam comprometendo um pouco o filme e deixam a sensação de que podia ter sido "algo mais".

Willis veste bem as calças de McClane e nem parece ter sentido o peso da idade nas costas. Se por um lado temos um John McClane inspirado, do outro temos um vilão canastra interpretador por Timothy Olyphant que se limita a fazer caras e bocas. Uma mancha num legado deixado pelos excelentes Alan Rickman ("O" vilão da série) e Jeremy Irons.

Apesar de exagerar um pouco nas cenas de ação -aquela cena do avião hein...- acredito que "Duro de Matar 4" seja um dos melhores filmes saídos desse verão americano -não digo o melhor pois tivemos "Ratatouille"...- e certamente merece uma conferida.

Yppie-Kay-Eye Motherfucker!

Duro de Matar 4 (Die Hard 4.0)
Cotação: Bom

terça-feira, 31 de julho de 2007

Michelangelo Antonioni


Antonioni - 1912-2007


Que semana...

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Ingmar Bergman

Bergman - 1918-2007

sábado, 28 de julho de 2007

Cartas de Iwo Jima



A fotografia é num tom acinzentado, quase que em preto-e-branco. A cor que se destaca é justamente a do sangue, vermelho.

O tema é quase que de um western, heróico, triste, extremamente melancólico.

O tema central do filme, apesar de alguns dizerem que é sobre a batalha numa ilha japonesa, é sobre a honra. Chega a ser estranho nos dias de hoje ver pessoas se sacrificando pela honra, pela moral, pela ideologia, por um código de respeito.

Clint Eastwood não precisava demonstrar pra mais ninguém que é um grande diretor, um mestre. Já havia discutido as questões levantadas neste filme anteriormente, mas nunca com tanta força.

O elenco é um primor. E o destaque é justamente um ator que quase ninguém comentou: Kazunari Ninomiya, o Saigo. Acredito que ele seja o verdadeiro protagonista do filme, e não o também fantástico Ken Watanabe, o General Kuribayashi.

Clint Eastwood resolveu fazer "Cartas de Iwo Jima" por que achava que não estava sendo justo o suficiente com o povo japonês retratando apenas o lado americano da batalha na ilha nipônica. O objetivo, portanto, foi cumprido, Clint.

Cartas de Iwo Jima (Letters from Iwo Jima)
Cotação: Excelente

sexta-feira, 27 de julho de 2007

O Bom Pastor


Vamos logo ao ponto: "O Bom Pastor", segundo filme atrás das câmeras de Robert De Niro, é decepcionante. Muito decepcionante, aliás.

O pretensioso projeto de contar a formação da CIA, agência de inteligência norte-americana, é afundado quase que totalmente por um roteiro entediante e uma longa, longa duração.

Escrito por Eric Roth, acompanhamos a vida de Edward Wilson (Matt Damon) e o papel que ele desempenhou durante a segunda guerra até a criação de uma nova força secreta de inteligência, que mais tarde viria a se tornar a famosa CIA.

Por quase 3 horas vezes Matt Damon, que na maioria das vezes é um ator acima da média, ficar com os mesmos olhares vagos e perdidos, a mesma cara de tonto e a mesma postura de um idiota. Angelina Jolie, que interpreta sua esposa, é provavelmente um dos maiores miscasting's da história recente do cinema. A salvação fica por conta do bom, muito bom, elenco coadjuvante: John Turturro, William Hurt -venho gostado mais e mais do ator a cada filme que passa...- e o fantástico Michael Gambon, que talvez tenha o personagem mais interessante do filme -um professor de literatura que talvez seja um simpatizante do nazismo-. Até De Niro dá as caras num pequeno papel. Mas a cereja no topo do bolo é Joe Pesci numa pequena ponta, simplesmente genial.

Falar que roteiro é o principal culpado também seria injustiça; a direção de De Niro é fria e distante, praticamente documental. De Niro leva o filme num tom excessivamente sério, lento e tedioso. Longas cenas sem ninguém dizer ou fazer nada, muitos closes no rosto de Damon e algumas cenas de mau gosto até -a luta na fraternidade é o ápice...-. Há excessões, como a cena do corpo caindo do avião, o flashback da infância de Edward... mas são poucos momentos perdidos num filme que não sabe bem o que deseja contar. Uma hora, é um complô sobre traição e espionagem. 5 minutos depois, vemos uma cena de crise conjugal. O filme não decide entre ser um filme sobre a espionagem ou um filme sobre um relacionamento destruído, e acaba não cumprindo bem nem um nem outro objetivo.

Há quem diga que esse não é um filme pra todo mundo -um dos piores argumentos pra se defender uma obra-. Errado. Podia ter sido um filme pra todo mundo, mas acabou virando um filme pra ninguém.

O Bom Pastor (The Good Shepherd)
Cotação: Ruim

terça-feira, 24 de julho de 2007

Hot Fuzz


Edgar Writh e Simon Pegg chamaram a atenção do mundo cinematografico ao lançarem em 2004 a comédia "Todo Mundo Quase Morto". Quando anuciaram que seu próximo trabalho juntos seria uma tiração de sarro aos "buddy movies" (filmes de ação em que os protagonistas são dois policiais) as expectativas eram altas. E, felizmente, foram correspondidas.

"Hot Fuzz", o novo trabalho da dupla, é uma grande homenagem a esse gênero que explodiu durante os anos 80-90 com a série "Máquina Mortífera" e "Bad Boys". O roteiro da dupla explora todos os clichés e maneirismos possíveis desse tipo de produção, com direito a grandes explosões e muitos tiros.

No entanto, o filme explora muito uma parte que talvez essas outras produções não tenham explorado de maneira tão bem sucedida: a amizade entre os dois protagonistas. O roteiro trata tal relação com toques quase que homossexuais, porém, se você tiver um grande amigo, entenderá a relação entre os personagens de Pegg e Nick Frost (outro remanescente da produção anterior da dupla.

Nicholas Angel (Pegg) é o melhor policial da força de Londres. Ele é tão bom que faz os seus outros colegas parecem ruim. Para não manchar a reputação do departamento, seus chefes o transferem para uma tranquila cidade do interior inglês e aonde ele tem como novo parceiro um policial que não está nem aí para o serviço. Não demora muito para a paz da pequena vila ser perturbada por uma serie de assassinatos em série.

O elenco conta também com outros fantásticos atores ingleses como Jim Broadbent, Bill Nighy e Timothy Dalton. E é o ex-007 que tem a performance mais inspirada do elenco, como um dono de supermercado metido a engraçado.

E apesar da direção de Wright abusar de alguns cortes bruscos e parecer meio vídeo-clipesca algumas vezes, ela presta uma grande homenagem ao gênero, utilizando de várias referências a filmes como "Bad Boys 2" e "Caçadores de Emoção", aquele filmes meio brega do começo dos anos 90 com Keanu Reeves e Pratick Swayze, lembram?

Competente em todos os gêneros que propõe "parodiar", "Hot Fuzz" é, desde já, um dos melhores filmes do ano.

Hot Fuzz (idem)
Cotação: Ótimo

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Harry Potter e a Ordem da Fênix


Se "O Prisioneiro de Azkaban" e "O Cálice de Fogo" mostravam sinais de que a série de aventuras do bruxo Harry Potter no cinema só vinha crescendo, encaro este "A Ordem da Fênix" como um retrocesso na série. Enquanto que os filmes de Alfonso Cuarón e Mike Newell tinham uma direção segura, consistente e empolgante, não vejo o mesmo do estreante David Yates. O começo é sensacional e demonstra a vontade de Yates de inovar, com direito a câmera na mão. Toda a sequência no Ministério da Magia também funciona esplendidamente bem, assim como a meia hora final, brilhantemente executada. É quando os personagens voltam a escola que a coisa desanda.

Os eventos acontecem muito rapidamente e, quando o espectador menos nota, já é natal, logo depois o ano letivo já está terminando, tudo muito rapidamente. Faltou uma liga, algo que pudesse juntar melhor os eventos. O recurso, batido, de mostrar eventos através de notícias de jornal funciona bem, porém, nem mesmo isso é suficiente para apagar uma sensação das coisas terem sido todas juntadas e jogadas, sem conexão. Acredito que, em parte, o roteirista Michael Goldenberg tenha sido culpado. Até o quarto filme, tínhamos um roteiro de Steve Kloves que, se não soube como adaptar os dois primeiros capítulos, pegou o jeito pra valer no terceiro e no quarto. Porém, com a mudança, parece que Goldenberg privilegiou certas passagens enquanto que outras ele mal se importar em dar uma conclusão ou explicar melhor. O fato do filme ser baseado no maior livro da série e ter a menor duração não ajuda muito.

O elenco está muito, muito bem. Há de se elogiar Chris Columbus por ter escolhido um trio que funcione tão bem, sozinho ou conjuntamente. Radcliffe tem a sua primeira atuação boa como Potter, Rupert Grint não mais só um alívio cômico e Emma Watson está adorável, apesar de abusar das caretas em algumas partes. O elenco coadjuvante também funciona muito bem, com destaque para Imelda Staunton, desde já mereçedora de uma indicação ao Oscar.

Yates volta para dirigir o próximo filme, "O Enigma do Príncipe", mas espero que Goldenberg não volte a assinar o roteiro. Ou, se voltar, que se pelo menos aprenda a ter um pouco mais de foco.

Harry Potter e a Ordem da Fênix (Harry Potter and the Order of the Phoenix)
Cotação: Bom

domingo, 15 de julho de 2007

Alpha Dog


Acho Nick Cassavetes -filho do grande John- um diretor subestimado. "Um Ato de Coragem" e "Diário de uma Paixão" podem até não serem grandes filmes, mas acredito que são bastante competentes dentro de suas respectivas propostas. "Alpha Dog", o mais recente trabalho do diretor, mostra um painel da juventude atual de maneira realista e com grandes atuações do jovem elenco. Surpreendentemente, quem rouba a cena é Justin Timberlake, carismático e energético em seu papel. Outro destaque é Anton Yelchin, quem tem seu grande momento no clímax do filme, impactante e emocionante. Apesar de bem construída, a trama principal parece ser deixada de lado em prol da necessidade, as vezes forçada, em mostra o modo de vida daqueles jovens mimados, o que acaba causando uma quebra de ritmo brusca na parte final e impede que o filme passe de "apenas bom" para um "altamente impactante".

Alpha Dog (idem)
Cotação: Bom

Transformers



Quando eu estava na fila ontem, para a pré-estreia de "Transformers" comecei a conversar com um cara que dizia estar esperando por esse filme a 20 anos. Me disse que era fã do desenho antigo e que estava muito ansioso para conferir o filme logo. Eu nunca vi o desenho antigo de "Transformers"... diabos, eu nem tinha nascido naquela época, porém, estava tão ansioso quanto o fã. E nem sabia o por que, já que, diabos, é um filme de Michael Bay!

Pode até ser produzido por Steven Spielberg, mas é um filme de Michael Bay. E eu estava empolgado para ver um filme dirigido por um cineasta responsável por filmes como "Pearl Harbor", "A Ilha" e "Armaggedon". E, mesmo assim, inexplicavelmente, eu não via a hora das luzes se apagarem para que eu pudesse conferir robozões gigantescos se destruindo.

E, devo dizer, que Michael Bay realizou seu melhor trabalho até aqui. Sabendo dosar corretamente ação, humor e até mesmo aquele típico drama "bayniano" (com diretor a imagens com o por do sol ao fundo, musica dramática...) acredito que "Transformers" deve ter sido o único dos grandes blockbusters desde ano que não decepcionou. Pelo contrário: acabou por me surpreender. Vamos logo aos por que's:

Primeiro: Os efeitos são fantásticos. Vai me surpreender muito se a IML não levar um Oscar por esse filme. Acho que desde "Jurrasic Park" nunca vi tamanha evolução na técnica. Todos os robôs são reais, muito muito reais. O climáx do filme, na cidade, é inacreditável de tão bem feito.

Segundo: Shia La Beouf. O jovem garoto -que já está escalado no próximo "Indiana Jones"- toma o filme pra si. Carismático, engraçado, Shia tem tamanha naturalidade diante das câmeras que fica difícil não adorar seu personagem.

Terceiro: Steven Spielberg. Spielberg, durante os anos 80, produziu muitos filmes que acabaram se tornando pequenos clássicos. "Os Goonies", "Gremlins", "O Enigma da Pirâmide", entre outros, e acredito que "Transformers" segue muito a tradição desses filmes. Assim como em "Gremlins", um jovem é surpreendido com um presente de seu pai que se revela mais do que parece ser. Assim como em "Os Goonies", temos um grupo de personagens procurando um tesouro (no caso do filme de Bay, o tal Cubo de Energia). E, assim como em "O Enigma da Pirâmide", temos uma grande, grande evolução nos efeitos visuais.

Claro, Michael Bay ainda sofre de certas afetações ao longo do filme -aquelas benditas cenas em câmera lenta...-, porém, se continuar nesse caminho, quem sabe ele não realiza um grande filme de ação?

Sonhar é possível...


Transformers (Idem)
Cotação: Bom