sexta-feira, 23 de julho de 2010

Predadores

''Predadores'', filme que reinicia a franquia do alien caçador nas telonas não perde tempo em jogar o espectador no meio da ação. Logo de cara já vemos o personagem de Adrien Brody sendo jogado no meio da selva, e depois outros se juntam a ele na tentativa de descobrir aonde estão e o que eles estão fazendo ali. Descobre-se que estão no planeta dos Predadores e que fazem parte de uma caçada humana.

O filme tem essa difícil missão que é a de apagar do público que abominações como ''Alien Vs. Predador'' (e sua sequência) existiram e reiniciar a franquia do Predador. O diretor Nimrod Antal, escolhido a dedo pelo produtor Robert Rodriguez (que também deu seus pitacos no roteiro), realiza um bom trabalho, principalmente se levarmos em conta que o orçamento foi de apenas US$40 milhões, muito abaixo do padrão de Hollywood para filmes desse tipo. E é justamente nessa contenção de recursos que o filme tem seu trunfo. Antal sabe trabalhar bem as cenas e elevar a tensão ao máximo possível. O filme ainda presta algumas homenagens ao primeiro filme da série, grande película de ação dos anos 80 dirigida por John McTiernam e estrelada por Arnold Schwarzenegger.

Ainda temos a boa surpresa de constatar que Brody, no início uma escolha curiosa para ser protagonista de um filme de ação desse tipo, segura muito bem a onda no papel. Arrisco dizer que é o melhor oponente que o Predador já teve desde o atual governador da Califórnia.

Obviamente não é um grande filme, e possui sua parcela de falhas (a falta de uma cena de ação realmente memorável sendo a maior delas), mas ''Predadores'' é divertido e tem sua quantidade generosa de sangue, tripas e frases de efeito. Os fãs da franquia não podiam pedir muito mais do que isso.

Predadores (Predators)
Cotação: Bom

sábado, 10 de julho de 2010

Ilha do Medo e Tudo Pode Dar Certo

É interessante notar que sem Martin Scorsese na direção, ''Ilha do Medo'' provavelmente passaria despercebido e não seria tão bom quanto é com o genial diretor no comando. O filme se segura muito bem na revisão (considerando seu grande twist no final) devido a maestria com que Scorsese conduz as cenas e, no final, o que acaba ficando na cabeça do espectador nem é a revelação final, e sim aquelas imagens maravilhosas fotografadas de maneira sensacional por Robert Richardson (apenas em sua quarta colaboração com o diretor).

Impressiona também o quanto Leonardo Di Caprio cresceu como ator sob a direção de Scorsese, e ele carrega o filme direitinho, sem nenhuma falha. O bom elenco coadjuvante também ajuda, com destaque para o carisma de Mark Ruffalo. Há de se louvar também a linda trilha sonora, que me lembrou um pouco aquelas que embalavam os filmes de Stanley Kubrick.

Enfim, um filmaço.

Já ''Tudo Pode Dar Certo'', volta do cineasta Woody Allen a Nova York depois de quase 5 anos filmando na Europa, é um pouco decepcionante. Parece que Allen aposta no fácil e óbvio para agradar a platéia, justamente quando sua carreira voltava a ser interessante pela ousadia que vinha apresentando em trabalhos como ''Match Point'' e ''O Sonho de Cassandra''. Não é de todo ruim (Larry David é a representação perfeita do diretor), mas parece muito abaixo do que poderia ter sido.


Ilha do Medo (Shutter Island)
Cotação: Ótimo

Tudo Pode Dar Certo (Whatever Works)
Cotação: Bom