terça-feira, 6 de setembro de 2011

Amor a Toda Prova


Acho uma tarefa meio ingrata defender um filme como Amor a Toda Prova. Primeiro, por que é uma comédia romântica, e esse é um genêro que eu acho ingrato de escrever sobre. Segundo, por que me parece ser um filme totalmente pessoal, do tipo que vai dividir muito as pessoas. Há quem diga que é ruim, que não viu nada demais, e, pessoas como eu, que acham o filme um produto muito bem acabado, inteligente e auto consciente de suas limitações.

Ajuda muito ter um elenco talentoso declamando o texto. É interessante notar a evolução de Steve Carrel como ator. Aqui ele interpreta um lado do mesmo personagem que o tornou famoso em O Virgem de 40 Anos. Se atrapalha ao falar com mulheres, não tem a menor noção de como se comportar socialmente, mas há algo na atuação de Carrel aqui, muito mais contida, e igualmente efetiva, que mostra como o ator amadureceu.

Ao lado de Carrel, temos Ryan Gosling provando que consegue ser incrivelmente engraçado. Numa mistura meio bizarra de Ray Liotta em Os Bons Companheiros e Will Smith em Hitch, com um toque de James Dean, Gosling é tão estiloso e divertido que o filme chega a perder um pouco do brilho quando ele sai de cena. Sua parceria com Emma Stone, sempre linda, funciona perfeitamente.

Comandado com segurança pela dupla que escreveu Bad Santa, delicioso filme de humor negro em que Billy Bob Thorton interpreta um papai noel que rouba shopping’s quando eles fecham, e com senso de ritmo invejável, Amor a Toda Prova encerra numa fantástica homenagem as screwball comedies (aquelas comédias malucas dos anos 40/50) com uma cena num quintal que envolve quase todos os personagens do filme e uma pista de mini golfe, e é provavelmente uma das mais engraçadas do ano.

Amor a Toda Prova (Crazy Stupid Love)
Cotação: ótimo

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