domingo, 11 de setembro de 2011

Super 8/Attack the Block


Temos aqui dois filmes que compartilham temáticas semelhantes: por acidente, adolescentes se envolvem numa descoberta alienigena.

Super 8 é uma homanegem a Steven Spielberg (que também é produtor executivo do longa), a Amblin (cujo logo, esquecido desde os anos 80, aparece antes do longa) e a todo aquele universo infanto-juvenil de quem cresceu assistindo E.T. – O Extraterreste e Goonies, Attack the Block é a homemangem aos anos 80 sujos, aqueles de John Carpenter e sintetizadores.

Em Super 8, temos um grupo de adolescentes, por volta dos 12, 13 anos, que, nos final dos anos 70, enquanto produzem um filme sobre um virus zumbi, testemunham o descarrilhamento de um trem e a fuga de uma criatura que o governo mantinha como cobaia de testes.

Attack the Block envolve uma gangue de garotos, todos provavelmente com seus 17, 18 anos, que, enquanto assaltavam uma jovem enfermeira, testemunham a descida de vários gorilas gigantes filhas da puta (definição do próprio filme).

Enquanto Super 8, que é dirigido por J.J. Abrams, o cara por trás da ressureição da série Jornada nas Estrelas (ou Star Trek, como é chamada agora), certamente lida com o tema de maneira bem mais leve. O cineasta segue a cartilha de seu mentor e se inspira em trabalhos como Tubarão, escondendo a criatura sempre que possível, e trazendo dramas pessoais (a descoberta do primeiro amor, problemas com o pai...) no meio da ação. A cena do colar, no final, tão bonita e efetiva, prova que o filme cumpriu sua tarefa.

Do outro lado, Attack de Block, produção independente britânica, pega o tema e gira para o outro lado. Seus personagens fumam maconha, roubam, falam palavrão o tempo inteiro, o que sinceramente comprometeu um pouco do meu envolvimento com eles. Certamente, as criaturas são muito bem feitas, há bastante sangue, e o diretor Joe Cornish sabe como criar suspense usando pouco, mas eu não me senti ‘levado’ pelo filme. E a tão comentada perfomance de John Boyega, o líder Moses, não me impressionou nem um pouco. O ator limita-se a fazer a mesma cara de preocupação o filme todo, e, por mais que o arco do personagem seja interessante, ele nunca se torna significativo para o espectador. É um filme legal, e tem um ritmo ótimo, com uma trilha sonora bastante adequada, mas estava esperando um pouco mais.

Super 8 (idem)

Cotação: Ótimo

Attack the Block (idem)

Cotação: Bom

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Amor a Toda Prova


Acho uma tarefa meio ingrata defender um filme como Amor a Toda Prova. Primeiro, por que é uma comédia romântica, e esse é um genêro que eu acho ingrato de escrever sobre. Segundo, por que me parece ser um filme totalmente pessoal, do tipo que vai dividir muito as pessoas. Há quem diga que é ruim, que não viu nada demais, e, pessoas como eu, que acham o filme um produto muito bem acabado, inteligente e auto consciente de suas limitações.

Ajuda muito ter um elenco talentoso declamando o texto. É interessante notar a evolução de Steve Carrel como ator. Aqui ele interpreta um lado do mesmo personagem que o tornou famoso em O Virgem de 40 Anos. Se atrapalha ao falar com mulheres, não tem a menor noção de como se comportar socialmente, mas há algo na atuação de Carrel aqui, muito mais contida, e igualmente efetiva, que mostra como o ator amadureceu.

Ao lado de Carrel, temos Ryan Gosling provando que consegue ser incrivelmente engraçado. Numa mistura meio bizarra de Ray Liotta em Os Bons Companheiros e Will Smith em Hitch, com um toque de James Dean, Gosling é tão estiloso e divertido que o filme chega a perder um pouco do brilho quando ele sai de cena. Sua parceria com Emma Stone, sempre linda, funciona perfeitamente.

Comandado com segurança pela dupla que escreveu Bad Santa, delicioso filme de humor negro em que Billy Bob Thorton interpreta um papai noel que rouba shopping’s quando eles fecham, e com senso de ritmo invejável, Amor a Toda Prova encerra numa fantástica homenagem as screwball comedies (aquelas comédias malucas dos anos 40/50) com uma cena num quintal que envolve quase todos os personagens do filme e uma pista de mini golfe, e é provavelmente uma das mais engraçadas do ano.

Amor a Toda Prova (Crazy Stupid Love)
Cotação: ótimo

sábado, 30 de julho de 2011

Capitão América - O Primeiro Vingador



O grande problema com ''Capitão América – O Primeiro Vingador'' é o mesmo problema que tivemos com ''Thor'', os dois ''Homem de Ferro'' e praticamente qualquer filme recente da Marvel (com exceção de ''X-Men: Primeira Classe''): não existe nenhuma ameaça realmente temível para o heroi . Desde o começo sabemos que Steve Rogers, que depois de passar por um bombeamento de raios-vita passa de garoto franzino e asmático para o super-heroi musculoso, sobreviveu a toda a história que o filme vai contar, portanto, não existe ameaça real, sabemos que no fim o bem vence o mal.

E não que eu estivesse esperando por uma reinvenção do gênero com esse filme dirigido por Joe Johnston, cujo último trabalho foi o ingrato ''O Lobisomen'', mas estava esperando um pouco mais do climão que os primeiros 30 minutos de projeção me passaram. Johnston simplesmente arrebenta em toda construção de clima, recriação de época (coisa que ele já tinha provado que sabia fazer com ''Rocketeer'', um filme simpático de 1991 que, após fracassar nas bilheterias, só agora parece estar sendo descoberto), existe de fato uma preocupação em criar um Steve Rogers verossímil, e suas motivações para querer se alistar se tornam muito mais reais. Existe uma importância em criar um laço emotivo com o público, e nesse terço inicial, tudo funciona muito bem. Vale destacar também o bom trabalho de Chris Evans, que faz bem os dois lados de Rogers. E como funciona bem o efeito especial que o tornou magro!

Quando finalmente surge o Capitão América, o filme encontra soluções interessantes para o mito do heroi, transformando o personagem numa propaganda de guerra, algo no estilo ''A Conquista da Honra'', com direito a número musical e uma música-tema muito bacana escrita por Alan Menken, compositor habital da Disney.

Mas, quando o Capitão resolve ir à combate, o filme se perde um pouco. Troca os personagens e os diálogos interessantes por uma trama que não tem muita graça e, apesar de ser sempre um prazer ver Hugo Weaving (o eterno Agente Smith da trilogia ''Matrix'') fazendo um vilão, o seu personagem, o Caveira Vermelha, não é uma ameaça realmente qualificada para o Capitão América, por mais hedionda que sua aparência pareça ou por mais cruel que suas atitudes sejam, não existe conflito real. E como já sabemos que o Capitão sobreviveu a tudo o que acontece no filme, sabemos que ele vai acabar se dando mal.

Agora, é de se aplaudir o trabalho da Marvel para criar os fios que vão se ligar ano que vem no filme dos Vingadores. É legal ver que a trama de ''Thor'' se encaixa aqui, que o pai de Tony Stark (que tem mais importância na história do que eu pensava, e conta também com ator muito inspirado no papel, Dominic Cooper) participou do projeto do super soldado. Resultado é que muita gente no final da sessão esperou até os créditos finais pra ver o trailer da superequipe, e apladiu e gritou quando o teaser terminou.

''Capitão América'' é um filme divertido, sincero, que sabe muito bem o que quer e cumpre bem o papel. Fiquei esperando aquela cena de ação, algo surpreendente, mas o papel de transpor o personagem para as telas foi bem feito.

Capitão América - O Primeiro Vingador (Captain America - The First Avenger)

Cotação: Bom

domingo, 5 de junho de 2011

X-Men: Primeira Classe

É tudo culpa do Matthew Vaughn. Tudo mesmo. Esse inglês, que chamou a atenção da indústria produzindo filmes do Guy Ritchie e, depois, dirigindo ‘’Nada é O Que Parece’’, com Daniel Craig, estava de contrato assinado com a Fox para dirigir ‘’X-Men 3’’. Assustado com o tamanho da produção, acabou recuando e foi realizar o ok ‘’Stardust’’ e o divertido ‘’Kick-Ass’’. Nesse meio tempo, tivemos o fraco ‘’X-Men: A Batalha Final’’, que acabou sendo dirigido por Brett Ratner, e ‘’X-Men Origens: Wolverine’’, que nem vale a pena comentar. Convocado de volta à cadeira de diretor, Vaughn não decepcionou, e este ‘’X-Men: Primeira Classe’’ é a melhor coisa da Marvel no cinema desde ‘’Homem-Aranha 2’’. Sim, o filme é bom mesmo.

Vemos aqui a juventudade de Charles Xavier (James McAvoy), o futuro Professor X, e de Erik Leshnerr (Michael Fassbender), o futuro Magneto. Como ele se conheceram, tornaram-se amigos, lutaram contra um vilão em comum (interpretado por Kevin Bacon), e viraram inimigos.

Vaughn comanda o filme com uma vitalidade incrível. Desde a sensacional abertura (que recria cena-por-cena aquela que abria o primeiro filme da série) nos campos de concentração nazista, até a utilização de fatos históricos para dar mais contexto à narrativa (a guerra fria e a crise dos mísseis em Cuba), o filme capta muito bem o espírito das histórias em quadrinhos, e consegue dar novo sentido aos dois primeiros filmes (felizmente, parece que ‘’X-Men 3’’ e ‘’Wolverine’’ foram sabiamente descartados da cronologia dos filmes), já que a relação entre Xavier e Erik é bastante parecida com aquela entre o próprio Xavier e Wolverine. Tanto Magneto quanto o mutante das garras de adamantium são pessoas psicologicamente (e fisicamente também, claro) torturadas, com questões mal-resolvidas em seu passado.

Mas vamos dar crédito também a quem merece: McAvoy e Fassbender possuem química sensacional, tornando muito mais verossímil a relação entre os dois personagens (e a ótima cena que envolve os dois e uma antena é um excelente exemplo disso). Acho que Fassbender é quem vai sair com a preferência do público (afinal de contas, todo mundo adora um anti-herói), mas McAvoy realiza um trabalho tão bom quanto. Vaughn e sua roteirista Janet Goldman foram muito felizes em tratar Xavier não apenas como um intelectual pedante, mas como um jovem, um pouco convencido demais até, mostrando que ele também gostava de beber, se divertir e ir atrás de mulheres. Assim sendo, não é apenas Erik que muda ao conhecer Xavier, este também começa a enxergar o mundo de maneira diferente depois de toda a experiência que passa com o amigo mutante. E sua relação com a jovem Mística (aqui interpretada por Jennifer Lawrence, ótima no papel) é também muito interessante. E é justamente numa cena entre esses três que as dualidades dos personagens ficam bem expostas: enquanto Magneto diz que um tigre não deveria se cobrir, Xavier pergunta para a mutante aonde estão suas roupas.

O diretor disse que se inspirou muito nos primeiros filmes de James Bond, e isso fica muito claro na tela. Sebastian Shaw, o vilão interpretado por Kevin Bacon, parece ter saído direto de um filme do agente secreto. Seja pelo estilo (de fala suave, mas ameaçadora) até seu esconderijo (um submarino!), Shaw é um vilão tipicamente Bondiano. E Bacon parece se divertir com o papel como a muito tempo não se via. Seu vilão é genuinamente assustador, mas extremamente sedutor e cool. Seu capangas (apesar do tempo limitado em tela) são bem empregados a narrativa (como por exemplo Azazel, que possui a habilidade de se teletransportar, é vermelho e de naturalidade russa, encaixando-se muito bem no clima do filme).

À destacar também o trabalho do diretor de fotografia John Mathieson. Colaborador habitual de Ridley Scott, Mathieson sabe muito bem como posicionar a câmera, de modo que cenas como a do banco (com o reflexo do rosto dos personagens na barra de ouro), a transformação de Hank McCoy (Nicholas Hoult) em Fera (toda em primeira pessoa) ou do confronto no bar argentino (que, com a ajuda da trilha sonora e do roteiro, ganha contornos de duelo de faroeste) se tornam muito mais emocionantes. E eu adorei pequenos detalhes, como quando Xavier tenta ler a mente de Emma Frost (January Jones) e de repente a imagem se quebra, como se fosse um espelho, ou a cena em que a agente da CIA Moira (Rose Byrne) está em Las Vegas e o reflexo dos letreiros bate no vidro do carro. Aliás, falando em trilha sonora, o trabalho de Henry Jackman é muito bom, criando um tema interessante para Magneto, que oscila em intesidade de acordo com as cenas.

Existem, é claro, alguns problemas. Torna-se muito nítido que o tempo que Vaughn teve para finalizar o filme foi curto (para se ter uma noção o diretor foi contratado em maio do ano passado e com data de lançamento já marcada para 03/06/11), então vemos alguns efeitos mal finalizados, a maquiagem do Fera não funciona (principalmente quando este resolve falar) e por que colocar o mutante Darwin no filme? Ele é Totalmente mal utilizado.

Mas estes são problemas menores, e ‘’X-Men: Primeira Classe’’ serve muito bem tanto como entretenimento quanto para reintroduzir os mutantes de volta à tela grande. Aguardo ansiosamente a sequência.

X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class)
Cotação: Ótimo

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Pânico 4



A série ''Pânico'' sempre vai ter lugar reservado no meu coração. O original foi o primeiro filme a me meter medo, daqueles de ficar uma semana sem tocar no telefone, com medo do ghostface. O segundo, se não manteve o nível, propôs uma brincadeira metalinguística interressente com a própria série, introduzindo o filme-dentro-do-filme ''Stab''. O terceiro, melhor que o 2 mas nem perto do primeiro, é uma conclusão digna para a série, que ainda tem o trunfo de trazer Parker Posey num papel ótimo (e que química com a Courtney Cox!).

Então fui conferir de coração aberto ''Pânico 4''. A sequência inicial já é digna de nota, provavelmente a melhor desde que Drew Barrymore enfrentou o assassino lá no primeiro filme. O problema é que, depois disso, o filme nunca mais atinge esse ritmo. A história funciona, é ok, mas o roteiro nunca decola. Os personagens originais são jogados pra escanteio, e os novos adolescentes são bem desinteressantes, com exceção talvez da personagem de Hayden Pennetierre, a que parece ter melhor entendido o clima da série de não se levar muito a série.

O climáx é pouco empolgante, e, apesar de seguir a ideia do filme de culto a celebridade, muitas câmeras, muita fama, a revelação dos assassinos (e seus motivos) me pareceu forçada demais.

Gostei de ver as homenagens a trilogia original, como na cena em que o assassino questiona a adolescente enquanto o seu amigo está na varanda, amarrado e esperando para morrer, mas parece simplesmente não haver muito motivo pra essa continuação existir. O slogan ''nova década, novas regras'' parece ter sido criado por alguém que não viu o filme, pois talvez com exceção de um ou outro diálogo, nada aqui parece ser novo. E tudo bem, eu não vou assistir um filme desses esperando realmente levar sustos, eu sei que a série é uma tirada de sarro com o próprio espectador consciente, que sabe quando o gato vai pular do armário e a música estridente vai subir até o último volume, mas eu gostaria de um pouco mais de Gale, Dewey (que inexplicavelmente não manca mais) e Sidney, e não de sobrinha da Julia Roberts e irmão do Macauly Culkin.

No final das contas, valeu pela oportunidade de poder ver mais uma vez Ghostface na tela grande e escutar a sua inconfundível voz.

Pânico 4 (Scream 4)
Cotação: Bom

quarta-feira, 2 de março de 2011

Desconhecido


Para aqueles que vão assistir a ''Desconhecido'' pensando se tratar de um ''Busca Implacável 2'', um aviso: vocês irão se decepcionar. Esse novo filme do diretor catalão Jaume Collet-Serra (responsável por aquele filmezinho de terror ''A Orfã'') traz Liam Neeson novamente na Europa, em busca de algo perdido (dessa vez sua identidade), mas, apesar do trailer se esforçar para aproximar os dois filmes, este aqui pouco se assemelha ao sucesso-surpresa de 2008, aonde o ator distribua tiros, socos e pontapés num ritmo assustador.

Não, não, muito pelo contrário, ''Desconhecido'' chega ao limite do entediante, com Neeson fazendo a mesma cara de confuso em quase 2 horas de projeção. O filme é basicamente um suspense bem fajuto, com muito diálogo e pouca ação. Só lá pelos últimos dez ou quinze minutos, quando a verdade é relevada e o ator pode soltar a fúria em todo tipo de capanga imaginável, é que as coisas ficam mais interessantes. Mas até chegar nesse ponto ai eu já tinha perdido completamente o interesse na história.

Desconhecido (Unknown)
Cotação: Ruim

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Séries: Breaking Bad

Essa nova maneira de pensar TV nos EUA (com idéias mais originais e ousadas, atores e diretores talentosos e com certa ‘experiência) vem rendendo bons frutos, e acredito que um dos que mais tem me chamado atenção ultimamente é esta série ‘’Breaking Bad’’. Produzida pela rede AMC (a mesma de ‘’Mad Man’’ e da futura ‘’The Walking Dead’’) e criada por Vince Gilligan (produtor de ‘’Arquivo-X’’), a série representa o que melhor está sendo feito pelas emissoras americanas em termos de roteiro, direção e atuação.

Acredito que existam muitas pessoas que gosta de ‘’Família Soprano’’ e que entendam que ela talvez tenha definido um padrão de qualidade em termos de séries que nenhuma outra que veio depois conseguiu ultrapassar, mas acredito que ‘’Breaking Bad’’ é algo que possa fazer isso. Já se passaram 3 temporadas (o criador Gilligan disse que quer fazer apenas mais uma) e nenhuma parece ser pior do que a outra. Todas as temporadas manteram o pique, com alguns episódios que com certeza podem rivalizar em termos de qualidade com os melhores da série de Tony Soprano.


E não apenas por ser ousada, mas também por que não é difícil se imaginar na situação em que Walter White se encontra. Ele é o típico homem de família, tem um potencial enorme mas está preso num emprego ruim numa escola no Novo México e então descobre que está com cancer no pulmão e lhe resta pouco tempo de vida. Decide então produzir metanfetamina com a ajuda de um ex-aluno seu, Jesse.

Ajuda o fato de que White é interpretado por Bryan Cranston, que viveu durante 6 anos o pai de Frankie Muniz em ‘’Malcolm in the Middle; Cranston é um ator talentossíssimo, que consegue expressar muito por um olhar ou uma mudança na postura (não atoa o ator ganhou o Emmy por atuação 3 anos seguidos). Ele tem boa química com Aaron Paul, aquele ator que você sabe que conhece de algum lugar, e a relação dos dois cresce bastante ao longo das três temporadas (o que é sempre bom de se ver, já que indica que os roteiristas estão preocupados em desenvolver não apenas a história mas também seus personagens).

Me chama a atenção também o cuidado com que toda a série é produzida. A trilha sonora é sempre inusitada, contando até com um episódio aberto por um trio mexicano com uma música* que recaptula acontecimentos anteriores. E a direção de fotografia (acredito que a maioria dos episódios foi fotograda por um sujeito chamado Michael Slovis) é bastante inspirada (escolhi alguns caps da terceira temporada que achei interessantes para ilustrar esse exemplo e que estão espalhados pelo texto).

A primeira temporada me lembrou algo que os Irmãos Coen talvez tivessem imaginado mas, com o passar das temporadas e do tom cada vez mais pesado, não me surpreenderia se alguem como Abel Ferrara (cineasta de quem gosto muito, acho bom dizer) viesse a comandar um episódio. E eu acho que isso diz bastante sobre a qualidade desse soberbo trabalho da AMC.


Breaking Bad

Cotação: Excelente

A série é exibida pelo canal pago AXN toda terça às 21;00 hrs